A união e espírito de grupo foram determinantes para que o Nacional da Madeira regressasse à Primeira Liga Portuguesa três épocas depois. Witi revela que se sente realizado, orgulhoso e com o sentimento de missão cumprida por nunca ter abandonado o clube nos momentos difíceis.
Chegou ao Nacional da Madeira em 2015 transferido da Liga Desportiva de Maputo. Lutou por um enquadramento, conquistou o seu lugar, tornou-se relevante e fez-se como jogador. Witness Quembo ou simplesmente Witi nas lides do futebol, acompanhou todas as etapas do Nacional.
Festejou quando necessário, mas também aprendeu a enfrentar desafios, de tal sorte que na época 2020/21 deu a cara quando a sua equipa desceu de divisão. O internacional moçambicano mergulhou no “submundo” da segunda divisão, acreditou no projeto dos madeirenses e entregou-se ao trabalho.
Nas primeiras duas épocas longe da elite do futebol português, o Nacional teve de enfrentar muitas dificuldades, não conseguindo, por isso, impor-se. Witi esteve lá e foi decisivo em alguns jogos, ainda que não estivesse no seu melhor em termos de produtividade.
Três épocas depois volta o celebrar o regresso à primeira liga, como senão bastasse como uma das peças-chave para essa tão importante conquista do Nacional da Madeira.
“Começamos mal o campeonato, tendo em conta que tivemos duas derrotas. Ainda assim, eu e os meus colegas unimos esforços no sentido de melhorarmos os aspetos que já tínhamos mostrado“, anota Witi.
O Nacional teve de apostar numa nova abordagem, na perspetiva de mudar o rumo da história e, por via disso, perseguir os objetivos traçados pela direção do emblema madeirense.
“A força do grupo foi muito importante, de tal sorte que as coisas acabaram saindo da melhor maneira possível. Chagamos ao último jogo do campeonato a lutar pelo título. De resto foi uma época incrível e memorável. Penso que nenhum de nós irá esquecer a época que fizemos”.
Witi assinou uma época de sonhos a título individual. Fez assistências, marcou e foi fundamental nos momentos decisivos do Nacional. Esse facto, segundo o internacional moçambicano, só foi possível graças à contribuição e apoio dos seus colegas.
“Nunca tinha feito uma época excelente como esta. Devo agradecer aos meus colegas pela ajuda, pois se não fosse por eles não teria conseguido fazer assistências e marcar golos. Há que destacar esse espírito de interajuda que existe na nossa equipa“.
O regresso do Nacional à primeira liga é, para o extremo moçambicano, a realização de um sonho.
“Fui para Portugal quando tinha 17 anos. O Nacional da Madeira abriu as portas para mim e isso não tem preço. Desde que eu cheguei ao clube e com a idade que eu tenho agora contribuir para o regresso à liga é o mínimo que eu poderia fazer“, anota Witi, explicando que em nenhum momento pensou em abandonar o clube.
“Tive muitas propostas, mas eu acreditei muito no clube. O meu objetivo era ajudar o Nacional a conquistar coisas grandes. Felizmente devolvi o clube onde ele merece estar, olhando para a sua história e para o compromisso que os adeptos têm para com este emblema“.
Witi assinou a sua última época pelo Nacional da Madeira, clube pelo qual alinha desde 2015. O seu futuro ainda está no segredo dos deuses.
“Neste momento estou focado na seleção nacional. Tivemos dois jogos importantes e que precisamo ganhar para nos aproximarmos à zona de qualificação para o Mundial. Sobre o meu futuro é com o meu empresário. Ele é que resolve isso“, explica.