Jogador do Bayer Leverkusen, que passou pelo Benfica, abordou a sua forma e o momento da seleção espanhola no Euro 2024
A participar na sua primeira grande competição de seleções, o ex-Benfica Álex Grimaldo vem de uma época de sucesso ao serviço do Bayer Leverkusen. Os seus 12 golos e 18 assistências ajudaram (e de que maneira) os germânicos a conquistar a Bundesliga pela primeira vez na sua história, e a Taça da Alemanha, tendo, ainda, chegado à final da Liga Europa, perdida diante da Atalanta.
Em entrevista à agência noticiosa espanhola EFE, o lateral esquerdo abordou o momento que vive e os fatores que o levaram a alcançar a boa forma: «A nutrição é fundamental, sou muito obcecado pela recuperação, pelo trabalho, por cuidar de mim e é por isso que não tenho tido lesões nos últimos quatro anos. Consegui jogar 50 ou mais jogos por época e isso deve-se ao facto de, depois de sair do campo, já estar a recuperar, a comer bem, a fazer ginástica, prevenção, uma série de coisas. Pensei que tudo tem uma razão de ser, que todas as lesões têm uma razão de ser e mudei a minha alimentação.»
«Sempre me alimentei bem, mas agora é tudo muito obsessivo, como a recuperação, os alongamentos. No meu primeiro ano no Leverkusen, eles passavam-se porque eu chegava primeiro ao ginásio e saía em último. Sempre a fazer alongamentos e a recuperar. Essa é a chave para me ter tornado no jogador que sou e para ter muitos anos pela frente», referiu o espanhol.
Apesar do bom momento, Grimaldo não é a primeira escolha do selecionador espanhol Luis de la Fuente para a lateral esquerda, sendo Marc Cucurella o titular. Ainda assim, o jogador do Bayer Leverkusen diz aceitar a decisão do treinador e falou sobre a relação com o lateral do Chelsea: «Somos laterais diferentes, o treinador entende que Cucu traz outras coisas que se adaptam melhor ao sistema e ao que ele pretende em cada jogo. Aceitei-o, mas isso não tira o mérito de uma época em que fui um dos melhores laterais esquerdos do mundo, se não o melhor. Os números dizem-no, assim como as exibições e os títulos. Estou aqui para ajudar a equipa quando o treinador precisar de mim.»
«Dou-me muito bem com o Cucu, mesmo que ele esteja a jogar mais do que eu neste momento, continuo a pensar que estou aqui para ajudar e tudo o que fiz esta época não perde valor por não estar a jogar tanto. Tenho muita confiança em mim e no meu futebol, temos uma relação muito boa e nada vai mudar isso», disse Grimaldo.
Sobre as sensações da seleção espanhola, Lamine Yamal e Nico Williams, o jogador do Bayer Leverkusen considerou que parte do seu sucesso se deve ao selecionador espanhol: «O Luis deu muita confiança aos jovens jogadores, fê-los descontrair e isso porque lhes transmite que estão em casa, pede-lhes que joguem com confiança e, apesar da idade, consegue que se descontraiam e joguem como sabem.»
Em jeito de antevisão à partida frente à Alemanha, a contar para os quartos de final do Euro 2024, Grimaldo apontou os germânicos como um dos favoritos a conquistar a prova e alertou para os perigos que os organizadores do Campeonato da Europa podem causar: «É uma equipa de topo, uma das favoritas à conquista do Campeonato da Europa, porque tem jogadores que estão entre os melhores do mundo na sua posição. Há que estar atento a muitas coisas. Acima de tudo, têm o Toni Kroos, que é um jogador que se sente muito confortável com a bola, vamos tentar tirar-lhe a bola e depois jogadores como o Wirtz ou o Musiala podem interromper o jogo a qualquer momento, são muito perigosos. Temos de entrar em campo e fazer o nosso jogo, como temos feito até agora. Assim, tudo irá correr bem.»
A Espanha defronta a Alemanha esta sexta-feira, às 17h (hora portuguesa), em Estugarda. Quem passar esta eliminatória irá jogar com o vencedor do Portugal-França, nas meias finais do Euro 2024.