O plano estratégico do Sporting para os próximos dez anos deixa claro que o objetivo em Alvalade não é apenas ganhar no imediato, mas assegurar um sucesso contínuo e duradouro. O futuro do clube parece passar por Frederico Varandas, que, apesar de ter mandato até 2026, deverá candidatar-se a um novo mandato, permanecendo como presidente até 2030. Esta é a opinião de Nuno Raposo, no seu espaço ‘Nunca Mais é Sábado’.
Os sinais de mudança no Sporting são evidentes. O clube alcançou um patamar de sucesso que não atingia há mais de 40 anos. Durante este período, o Sporting enfrentou dois longos jejuns de títulos de campeão nacional no futebol: um de 18 anos e outro de 19, interrompidos apenas pelas conquistas de 1999/2000 e 2001/2002, que foram breves exceções num longo deserto de troféus. No entanto, o título de 2020/2021 marcou o início de uma nova era. Agora, com a recente conquista de 2023/2024, os indícios apontam para uma viragem decisiva que o clube não pode desperdiçar.
Manter-se no topo é o verdadeiro desafio, e o Sporting parece estar preparado para isso. A recente conquista do título de campeão nacional não é vista como um peso, mas como um incentivo. No plano desportivo, o leão pretende manter-se como protagonista, e isso reflete-se também no desempenho na Liga dos Campeões.
Como afirmou o treinador Rúben Amorim antes do jogo contra o Lille: “Na primeira vez que fomos à Liga dos Campeões, éramos muito inexperientes. Sinto a equipa ansiosa, mas mais preparada do que naquela altura, também porque me sinto mais preparado para os ajudar nesta competição.”
Após a vitória por 2-0 frente ao Lille, Amorim acrescentou: “O resultado foi melhor do que a exibição, mas já sabíamos que o primeiro jogo é sempre complicado. Correu-nos tudo bem, a expulsão ajudou. Foi um dia feliz, mas temos muito ainda para fazer.”
Estas declarações mostram que o Sporting de Amorim atingiu a maturidade. Se antes uma vitória na Liga dos Campeões era celebrada como um grande feito, agora é encarada como algo natural, com a equipa a acreditar que pode e deve fazer mais. A insatisfação de Amorim após a vitória demonstra a ambição do clube e a confiança na sua capacidade de evoluir.
Quando Frederico Varandas assumiu a presidência do Sporting em 2018, o clube estava mergulhado numa profunda crise. A tarefa era árdua e ingrata, especialmente devido à herança deixada pelos anos anteriores, considerados dos mais sombrios na história do clube. No início, muitas das suas decisões foram criticadas, incluindo a escolha de Rúben Amorim como treinador. Contudo, esta aposta revelou-se crucial, dando ao Sporting a estabilidade necessária para implementar mudanças estruturais essenciais fora de campo.
O sucesso da atual administração de Varandas não se deve apenas ao futebol. A sua equipa, que inclui Hugo Viana no futebol, Salgado Zenha nas finanças e André Bernardo na comunicação e marketing, tem mostrado que tinha uma visão clara desde o início, mesmo quando muitos críticos não a compreendiam. A apresentação do novo plano estratégico a longo prazo confirma que o Sporting está focado não apenas no presente, mas também num futuro de sucesso.