Nos últimos anos, o futebol tem vindo a valorizar cada vez mais avançados com grande dimensão física, mesmo num contexto onde a técnica parecia dominar. O impacto de jogadores como Ronaldo “Fenómeno” e Viktor Gyökeres mostra que a força continua a ser um atributo essencial para desequilibrar jogos e conquistar vitórias.

Há poucos dias, ao pensar na minha “equipa ideal”, composta pelos melhores jogadores que vi atuar ao longo dos anos, enfrentei um dilema ao escolher o avançado principal. Dois nomes surgiram inevitavelmente: Marco van Basten e Ronaldo Fenómeno. Ambos representaram estilos de jogo distintos – o holandês com a sua elegância e inteligência, enquanto o brasileiro trouxe uma combinação única de força física e capacidade de drible.

Van Basten, com a sua leveza e precisão, foi vítima de um futebol cada vez mais exigente fisicamente, retirando-se precocemente dos relvados. Já Ronaldo Fenómeno, apesar das suas lesões, conseguiu marcar uma era no futebol, culminando com a conquista do Mundial em 2002. Ambos foram geniais na sua forma de jogar e difíceis de substituir.

Hoje em dia, Cristiano Ronaldo continua a ser uma referência, mas o surgimento de avançados como Gyökeres traz uma nova perspetiva. O sueco, embora com menos técnica que os seus antecessores, compensa com uma força descomunal e uma capacidade de finalização notável. A sua chegada ao futebol português teve um impacto imediato, ao ponto de outros clubes procurarem avançados com um perfil semelhante, como Harder, Pavlidis e Samu.

Este “novo” tipo de avançado faz lembrar Erling Haaland, que revolucionou o ataque do Manchester City com a sua presença física imponente. Enquanto os modelos de jogo continuam a evoluir, a procura por avançados-centro físicos está de regresso, uma tendência observada também noutras ligas europeias.

Na Espanha, a confiança está depositada em Morata para liderar o ataque, enquanto a Itália esperava que Scamacca fosse o sucessor de avançados históricos como Paolo Rossi. Nos Países Baixos, desde Van Nistelrooij e Van Persie, que não surgiu um verdadeiro herdeiro da posição. A Alemanha, por sua vez, opta frequentemente por um “falso 9”, como Havertz, enquanto espera que Fullkrug se afirme.

A verdade é que o futebol é feito de ciclos. Com a evolução dos defesas para um perfil mais técnico e menos físico, voltou a abrir-se espaço para avançados poderosos. E a Escandinávia, com nomes como Gyökeres, Sorloth, Wind, Haaland e outros, tornou-se o novo terreno fértil para este tipo de jogador.

A história mostra que o futebol é cíclico. Quem conseguir antecipar as mudanças e adaptar-se mais rapidamente terá sempre uma vantagem. Hoje, avançados como Gyökeres representam o regresso de um estilo de jogo que muitos julgavam ultrapassado, mas que continua a ser eficaz e relevante.

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