Terceiro empate contra o conjunto escocês; Connor Goldson marcou o segundo autogolo em duelos com as águias; Encarnados mais rematadores (25/9), mas, visto à lupa, houve também empate nas bolas que foram à baliza…
Assim como aconteceu contra o Sporting e o FC Porto, o Benfica começou a partida com o Rangers a perder. Atenuou os danos com um empate que já é padrão nos resultados entre encarnados e escoceses: nos anteriores duelos para a Liga Europa, na temporada 2020/21, na fase de grupos, Benfica e Rangers não saíram do empate – 3-3 na Luz e 2-2 em Ibrox.
É caso para dizer que não há duas sem três, só que desta vez uma das equipas terá mesmo de sair da UEFA e o 2-2 dá, apesar de tudo, um certo estímulo anímico aos protestantes para a 2.ª mão, a 14 de março.
Outro dado curioso: tanto no empate de ontem como no 3-3, a 5 de novembro de 2020, Connor Goldson marcou na própria baliza. Foi ele quem fez o 2-2 para o Benfica no livre cobrado por Di María. Um corte defeituoso que, na baliza certa seria um belo golo.
Esta não era bem a resposta que as mais de 48 mil almas (bem, vamos subtrair os muitos escoceses presentes na Luz desta equação) esperavam depois dos 5-0 aplicados pelo FC Porto ao Benfica. Apesar de tudo, as mudanças introduzidas por Schmidt não desagradaram aos adeptos e talvez por isso no final, não se tenha assistido ao coro de assobios e protestos que se verificou no Dragão. Ainda assim, há três meses que o Benfica não estava três jogos consecutivos sem vencer – aconteceu entre novembro e dezembro do ano passado com empates consecutivos contra Inter, Moreirense e Farense.
O Benfica não foi eficaz e por duas vezes teve de acelerar para o empate. Entrou mais forte, mas foi surpreendido pelo golo de Tom Lawrence, na primeira vez que o Rangers chegou à baliza de Trubin. O empate chegou perto do final da 1.ª parte, através de Di María, que converteu a terceira grande penalidade na Liga Europa (já o tinha feito ao Toulouse, por duas vezes, no 2-1 na Luz, frente aos franceses), mas o golo de Dujon Sterling, a passe de Fábio Silva, não deixou a equipa de Schmidt descer sossegada ao balneário, no intervalo.
Remates que enganam Os 25 remates do Benfica contra os nove do Rangers dão uma imagem de superioridade dos encarnados que, vendo bem, é relativa, porque o que interessa nesta estatística é quantos foram enquadrados à baliza. E, nesse aspeto, também houve empate: 5-5. Ou seja, mesmo sem ter mais fluxo atacante, o futebol vertical do Rangers provocou problemas a Trubin e à muralha que protegia o ucraniano. São alertas para o jogo da 2.ª mão, onde, normalmente, o Rangers encontra no seu público um aliado precioso para criar atmosfera hostil aos adversários.
Se é verdade que na Liga Europa o Benfica não perde em casa há 28 jogos – o último desaire foi a 18 dezembro 2008 quando os encarnados foram surpreendidos pelo Metalist (0-1), ainda a competição se chamava Taça UEFA -, as águias falharam a 10.ª vitória consecutiva em casa nesta temporada, num ciclo que começou com o AVS, na Taça da Liga, a 25 de novembro.