Técnico dos leões analisou a final da Taça de Portugal e fez um balanço da temporada

A época do Sporting terminou com um campeonato conquistado e uma final da Taça perdida. Rúben Amorim já pensa na Supertaça, após uma época que, diz, «podia ter sido muito boa».

Porque é que a equipa perdeu? Erros individuais? Balanço da época?

– A época foi boa. Podia ter sido muito boa, se vencêssemos a Taça. Parece estranho, porque foi num pormenor e temos de viver com essa exigência, mas temos de viver com isso. Não apaga o campeonato que fizemos, mas podia ter sido melhor. Entrámos bem no jogo, depois o jogo tornou-se estranho e duas bolas batidas nas costas da defesa, uma dá penálti, a outra dá expulsão. Tentámos gerir o jogo a defender mais, não só a não sofrer, mas para marcar, mas também para tentar marcar. A final teve pouco tempo de 11 para 11, ficou tudo mais difícil.

As palavras de Frederico Varandas vão pesar?

– Não, não vão pesar. Estamos aqui a falar porque sofremos um golo de penálti no prolongamento que mudou as coisas. A verdade é que estivemos sempre a defender mais baixo e a controlar o jogo. Quanto à mudança de paradigma, estamos a começar. O primeiro pensamento é dizer que a época foi boa. Isso é começar a mudar o paradigma, porque começa por nós. Em relação às palavras do presidente, volto a dizer: é dito muito em função do resultado. Acreditámos sempre que podíamos ganhar o jogo, estamos confiantes e vamos ver agora o nosso caminho. Temos menos uma taça, mas para nós é tudo muito difícil, por isso, se calhar, o futuro vai trazer-nos mais taças que a que perdemos hoje.

Há risco de Diogo Pinto sentir demasiado esta derrota? O que vislumbra para ele?

Essa avaliação vamos fazer durante o descanso. Não vou dizer nada de especial ao Pinto. Meti-o no jogo e ele percebeu que esteve muito bem, salvou-nos algumas vezes quando estávamos com 10, e os erros acontecem. Ele tem que ver que às vezes não é da idade. O António Adán também foi expulso em Marselha. Acontece a alguém experiente, aconteceu-lhe a ele. Acho que não há que valorizar muito. É mostrar-lhe todos os lances, como o Vital faz, e avançar. Estou muito satisfeito e muito orgulhoso do trabalho do Diogo Pinto.

A última imagem é a que fica da época?

Não apaga o campeonato que fizemos, mas torna a época menos especial. Isso é importante para o próximo ano. Tem a ver com a abordagem que vamos ter. Se tivéssemos ganho a dobradinha, tinha de ter um trabalho diferente na pré-época. Agora, será outra, temos já a Supertaça para preparar. A vida nos clubes é assim. Na história, vamos ficar como uma equipa que ganhou um campeonato. Ganhámos 24, há quem diga que são 20… Não vai ser muito boa a época, só ganhámos o campeonato. O que fica é que desde o primeiro dia, após o quarto lugar, os adeptos estão lá sempre. Isso fica. Isso mostra que os resultados não ditam tudo. Ganhámos o campeonato, para mim, é muito escasso. Hoje, sinto que podíamos ter ganho a Taça e, se tivéssemos ganho, estava a pensar que podíamos ter ganho a Taça da Liga. É isso, mas fizemos um campeonato muito bom.

O que provocou o nervosismo no final? Como foi ser recebido pelos adeptos no final do jogo e no túnel, feito pelo FC Porto?

O mister Vasco Seabra começou [com o túnel]. Já se faz nalguns sítios da Europa e somos civilizados, por isso, temos que o fazer, porque temos confiança que alguém nos vai fazer. Se o fizermos, vamos querer que alguém faça. Os jogadores estavam nervosos, pela incidência e pela frustração. Nada mais que isso.

Porquê a escolha de jogar com dois alas? As alterações eram para compensar defensivamente?

Não, era para ganhar frescura, eram as alternativas que tivemos. O Geny vem de lesão e estávamos cansado. Depois da expulsão, não conseguíamos jogar com extremos, então entrou o Quaresma, que sabe transportar a bola. O Taremi entrou e o Francisco Conceição estava a vir para dentro e a cruzar para o segundo poste, então precisávamos de alguém para o parar, daí a entrada dele e do Diomande. Quanto ao Nuno Santos, ele já não aguentava mais, e quanto a jogar com dois alas, sinto que é, cada vez mais, o caminho no Sporting. Jogar com três defesas e dois alas. Acho que o foco poderá passar por aí no próximo ano.