Benfica venceu o Vitória de Guimarães por 1-0 no sábado, no Estádio da Luz, na 13.ª jornada da Liga. Apesar da vitória, os adeptos manifestaram descontentamento em alguns momentos, especialmente quando a equipa privilegiava passes entre os defesas e o guarda-redes.

Bruno Lage, treinador do Benfica, justificou a estratégia: «A equipa tinha de ser inteligente a circular, sair pelos centrais e, se não tivesse espaço, era preciso voltar a procurar o guarda-redes», afirmou na conferência de imprensa após o jogo. Nesses momentos, em resposta aos assobios, Lage levantou-se do banco e pediu mais apoio às bancadas.


Estratégia em debate: opinião de João Alves

A A BOLA procurou uma segunda opinião sobre a abordagem tática adotada pelo Benfica. João Alves, antigo jogador e treinador do Benfica, considera que o recurso frequente ao guarda-redes apresenta tanto vantagens quanto riscos.

“Vi um Vitória de Guimarães muito organizado, que pecou no último terço do campo. Tentaram criar dificuldades, mas não conseguiram ferir verdadeiramente o Benfica.” Sobre a utilização do guarda-redes Trubin no jogo de pé, Alves disse: “A equipa deve jogar com o guarda-redes quando pode. Forçar estas jogadas é que não pode acontecer.”

O comentador salientou também os momentos de perigo associados a essa estratégia. «É um risco jogar tão perto da área, chamando o adversário. O Benfica ganhou, mas houve erros, como o de Florentino à entrada da área, que poderiam ter mudado o desfecho.»


As dificuldades e os pontos positivos

João Alves destacou a ausência de Kokçu como um fator que pesou no desempenho do meio-campo encarnado. «Faltou qualidade nesse setor, que não jogou ao mesmo nível,» afirmou. Contudo, também elogiou as oportunidades criadas, mencionando lances de Akturkoglu e Pavlidis.

Bruno Lage alinhou com esta perspetiva ao sublinhar: «A equipa teve personalidade e percebeu muito bem o jogo.» Apesar das dificuldades, os encarnados garantiram três pontos fundamentais.


Reação dos adeptos: um reflexo natural

Os assobios, segundo Alves, são compreensíveis. «O público nem sempre compreende a estratégia do treinador, sobretudo quando quer ver a equipa jogar mais no meio-campo adversário.»

Lage concluiu de forma semelhante: «Faz parte da nossa natureza querermos sempre mais.»

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