Marcar em quatro jogos seguidos foi algo que o português nunca conseguiu pelo Benfica, mas o uruguaio sim; não é novidade na carreira do atual goleador das águias.
Arthur Cabral foi contratado no verão passado à Fiorentina por €20 milhões, para ocupar o lugar de Gonçalo Ramos, que foi transferido para o PSG, mas só recentemente o ponta de lança brasileiro, de 25 anos, conseguiu ganhar espaço e fazer esquecer Ramos.
Mas está a fazê-lo de forma muito convincente.
Cabral marcou no domingo o golo do empate (2-2) em casa do Vitória de Guimarães, em jogo da 21.ª jornada do campeonato, e assim aumentou para quatro o número de jogos em que marca de forma consecutiva. Marcou na vitória por 4-1 frente ao E. Amadora, no 3-0 com o Gil Vicente, no 2-1 de Vizela, nos quartos de final da Taça de Portugal, e domingo, em Guimarães.
Arthur Cabral ainda não bisou pelos encarnados, mas marcar em quatro jogos consecutivos é coisa que, por exemplo, Gonçalo Ramos, que apontou 41 golos em 106 jogos pela equipa principal do Benfica, nunca conseguiu. Ramos marcou em quatro jogos seguidos dele (entre outubro e dezembro de 2022), mas não da equipa. O último a fazê-lo foi o uruguaio Darwin Núñez, atual avançado do Liverpool e que, pelas águias, em março de 2022, marcou sete golos e fez duas assistências em cinco jogos seguidos.
No somatório das competições, Arthur Cabral soma nove golos em 28 jogos, os mesmos de João Mário e perdendo apenas para os 14 golos de Rafa nesta época e os 11 apontados por Di María. Arthur Cabral apresenta uma média de 0,3 golos/jogo, marca um golo a cada 141 minutos em campo. E ainda fez três assistências para golo, duas delas nesta sequência de quatro partidas sempre a marcar — assistiu na Amadora e em Vizela.
Estes já são números interessantes e que elevam as expectativas em relação ao rendimento do jogador.
Mas marcar de forma consecutiva não é uma novidade para Cabral. Pela Fiorentina, na época passada, apontou cinco golos em quatro jogos, e pelo Basileia, em 2021/2022, marcou nove golos em cinco jogos.
«Jogar no Benfica é difícil. O Arthur Cabral fez golos toda a vida e em todo o lado, é lógico que no Benfica também iria fazer, mas é difícil jogar no Benfica, a responsabilidade é grande, vestir esta camisola… é preciso dar-se tempo de adaptação aos atletas», defendeu recentemente Rui Costa, presidente do Benfica, em entrevista à BTV.
Arthur Cabral estará, agora, melhor adaptado.
«O Arthur está a trabalhar muito bem. Tem marcado, que é o mais importante para um avançado. No início da época também deu o seu melhor e trabalhou muito, mas teve algum azar. Nesta fase, está diferente. É importante para ele e para nós que consiga marcar, agora vemos que a ligação entre ele e os colegas está melhor. Tem uma melhor sensação dos espaços que tem de ocupar. É verdade que precisou de mudar o seu estilo de jogo, era um avançado completamente diferente. Agora é mais flexível, tem mais colegas à sua volta e está mais envolvido em combinações. É algo novo para ele. Vejo que se está a adaptar, a dar o seu melhor e estou muito satisfeito», detalhou Roger Schmidt, treinador das águias, antes da deslocação a Guimarães de domingo passado.
Cabral tem a concorrência de Marcos Leonardo, que foi contratado em janeiro, e de Tengstedt, que voltou agora de lesão. Mas, parece claro, é ele agora o número 1 do ataque das águias.