Benfica volta às vitórias nos particulares de preparação com reforçadas promessas de que o ataque pode ser perigoso. Pavlidis marcou o quarto golo em três jogos. Mas a equipa está longe de ser obra acabada.
THONON-LES-BAINS — O Benfica está de volta às vitórias depois de o empate com o Celta ter, seguramente, arrefecido o ânimo dos mais sensíveis adeptos. Se os resultados na pré-época não contam para muito, sempre contam para alguma coisa, nomeadamente para o fortalecimento da confiança da equipa ou para alimentar a esperança de quem a segue. E o Benfica, contra o Almería, equipa da II Divisão espanhola, conseguiu, pelo menos isso — reforçou a convicção de que pode estar no caminho certo e animou os mais de três mil adeptos que apaixonadamente o acompanharam em França.
Ainda significativo, na perspetiva dos encarnados, foi o reforço positivo da ideia de que Vangelis Pavlidis, por quem o Benfica pagou €18 milhões para ser o ponta de lança, é mesmo reforço.
Como alguém dizia na brincadeira, ao intervalo, “estará na altura de se saber como se diz caso sério em grego?” Ainda é cedo para responder, mas a verdade é que o internacional helénico, que só estava para jogar com o Feyenoord na Eusébio Cup por ter sido operado ao polegar direito, marcou o quarto golo em três jogos. É daqueles que vão a todas, não dá uma bola por perdida, movimenta-se bem, está sempre à procura de uma nesga para rematar.
Marcos Leonardo tem sido a aposta de Roger Schmidt para jogar ao lado de Pavlidis. A verdade é que os dois estão no lance do primeiro golo, que começa no génio de David Neres. Os três — Di María que se cuide porque, pelo visto, pode jogar menos — sugerem que podem fazer juntos muitos estragos.
A equipa que iniciou a primeira parte, que Schmidt tem repetido, está, porém, muito longe de estar acabada. Faltam alguns internacionais que estão ao serviço das seleções e, como Rui Costa confirmou, ainda haverá mudanças no plantel. Que, como todos sabem, podem ser significativas. Tentou, com pouco sucesso, pressionar alto e recuperar depressa a bola, sem acertar muitas vezes no tempo e espaço, Florentino e Barreiro voltaram a parecer gémeos no desempenho de funções, sem capacidade de desequilibrar o adversário com passes verticais, em ataque organizado foram escassos os lances de intervenção em largura dos laterais, o reposicionamento defensivo depois da perda de bola evidenciou dificuldade. E a equipa sofreu um golo, o primeiro do jogo, quando deveria estar organizada, na sequência de uma bola parada.
O Benfica foi, como tinha obrigação, superior ao Almería, poderia ter marcado mais golos no primeiro tempo, mas também os poderia ter sofrido.
Como Schmidt muda tudo ao intervalo, a expectativa é saber quem se destaca para bater à porta da titularidade. Com o Almería, mais uma curiosidade — estreou-se Jan-Niklas Beste, lateral-esquerdo, por quem o Benfica pagou €8 milhões. O alemão nem se deu mal, o adversário atacou menos e surgiu na frente a fazer uma das coisas que o distinguiram na época passada — assistências. No caso, para João Mário marcar fora da área.
Antes, Arthur Cabral marcou um golo bonito, num chapéu a aproveitar o erro do guarda-redes. Prestianni voltou a mostrar-se, mas deve sair. A equipa da segunda parte jogou com mais velocidade e intensidade, perdeu-as com o passar dos minutos. Mas deu para todos ficarem contentes.