Sporting é uma equipa psicologicamente bem preparada, só assim conseguiu manter a regularidade e merece todos os aplausos

1 – Objetivos alcançados

Na Amoreira viveu-se um jogo diferente com a visita do campeão nacional, o Sporting, e a equipa da casa a entrar em campo com a permanência pintada de fresco, alcançada no sofá, mesmo antes do jogo, o que, compreende-se, trouxe grande tranquilidade ao Estoril. Era um jogo que, à partida, parecia não contar para nada, já que os objetivos de ambas as equipas estavam alcançados. Falamos aqui de duas equipas com o mesmo esquema tático, em que se assistiu, principalmente na primeira parte, a um jogo lento, marcado por muitas paragens e em que as melhores oportunidades de golo surgiram já perto do intervalo, por parte do Estoril, com Rodrigo Gomes a acertar no poste da baliza leonina. Com o mesmo sistema de jogo, o Sporting tentou chamar os estorilistas para, depois, explorar a profundidade de Gyokeres, sempre muito bem vigiado por Pedro Álvaro. O Estoril, por sua vez, tentava responder, mas tudo saía mal, o que, consequentemente, valeu muitos calafrios à equipa da casa.

2 – A alegria de Trincão

Importa salientar que o Sporting passou a criar mais perigo quando Trincão começou a desenhar diagonais, a sair da direita para a esquerda, sempre com segurança e intenção. Deve ser destacado o grande momento de forma que este jogador atravessa, diria mesmo o melhor desde que joga em Portugal. Francisco Trincão revelou-se um verdadeiro ‘reforço’ de inverno, ganhando confiança e mostrando toda a sua qualidade. A alegria com que joga, a sua disponibilidade para o jogo, sem medos, jogando sempre tranquilamente para a equipa. O Estoril, sempre atrás da linha da bola, foi fechando, como pôde, todos os espaços aos sportinguistas.

3 – Mais velocidade e dinâmica


A segunda parte começou sem alterações, com a mesma toada de jogo da primeira, ou seja, com muita lentidão, compreensível face ao momento das equipas, mas, a partir dos 60 minutos, Rúben Amorim fartou-se da falta de intensidade, retirou Matheus Reis, desastrado nas incursões ofensivas, e entrou Nuno Santos, enquanto Paulinho ocupou o lugar de Daniel Bragança, com Pote a recuar para o meio-campo, o que fez toda a diferença. O Sporting começou a jogar com mais velocidade, criando duas boas oportunidades, por Esgaio e Gyokeres, mais dinâmica, mais confiança, com um jogo mais fluido. E uma boa cobertura defensiva de Paulinho esteve na origem do lance do golo, que o próprio acabaria por concluir numa excelente combinação com Gyokeres e Nuno Santos, apesar da ajuda de Rodrigo Gomes, que ainda toca na bola; o remate de Paulinho tinha selo de golo, já com Carné batido.

4 – Força psicológica


A partir do golo o jogo ficou sentenciado. O Sporting foi um justo vencedor, é uma equipa que merece todos os aplausos porque tem demonstrado excelente dinâmica, capacidade ofensiva e defensiva, e é uma equipa psicologicamente muito bem preparada; só com esta força psicológica é que conseguiu manter toda a regularidade ao longo do campeonato e, diga-se, merece todos os aplausos.