Pedro Ferreira, antigo chefe do departamento de scouting do Benfica, fala sobre o processo de identificação de jogadores
Pedro Ferreira, que chefiou o departamento de scouting do futebol profissional do Benfica nas últimas cinco temporadas, confirmou em entrevista ao Maisfutebol que Viktor Gyokeres, agora a brilhar no Sporting, esteve na ‘equipa sombra’ projetada para o Benfica. Esta equipa alternativa tinha vários jogadores por posição, prontos para atacar segundo as necessidades do plantel.
«Tanto Gyokeres como o Jurásek estavam referenciados pelo scouting do Benfica e o presidente falou há bem pouco tempo sobre isso. De acordo com aquilo que nos é pedido, se o perfil é de um avançado rápido, potente, de ataque à profundidade, de um jogador móvel que possa jogar nos corredores, o Gyokeres entra nesse perfil; se o perfil é diferente, já não podemos identificar o Gyokeres. (…) Ele estava na equipa sombra do scouting do Benfica», afirmou, referindo que também Casper Tengstedt, que acabou por ser contratado, estava referenciado.
Questionado sobre se Schmidt preferiu um a outro, respondeu: «O Benfica contratou o Tengstedt e não o Gyokeres. (…) Quando se avaliava avançados, como se avaliou naquele momento, foram identificados vários perfis e na altura da decisão o Benfica decidiu contratar o Casper. Não sei responder quantos jogos vimos, mas vimos muitos jogos dele. Era alguém que se destacava no Rosenborg. (…) Depende sempre do que me estão a pedir. E não podemos estar a perder tempo com o que já passou.»
Pedro Ferreira, agora no Nottingham Forest, escusou-se a imaginar se Gyokeres teria o mesmo sucesso jogando no Benfica. «Não há transferes. O modelo de jogo do Sporting, do FC Porto, do SC Braga ou do V. Guimarães é igual ao do Benfica? (…) Não é fácil dizer se um jogador que estava no Benfica teria mais ou menos sucesso no Sporting. Ou que o Enzo Fernández, usando um grande exemplo, teria menos ou mais sucesso se estivesse no Sporting.»