O futebol de João Félix segue caminhos divergentes, mas pode encontrar no Aston Villa o lugar onde se deve permitir ser feliz

O fenómeno dos livros de autoajuda tem ocupado cada vez mais espaço nas livrarias, mas será que realmente ajudam os leitores a atingir o sucesso? Muitos questionam se a verdadeira “autoajuda” não beneficia apenas os autores desses livros. No mundo do desporto, essas questões aplicam-se a figuras como João Félix, cujo talento e trajetória muitas vezes parecem necessitar de orientação.

João Félix está novamente nas manchetes, com rumores de transferências entre Barcelona, Villa e, definitivamente, não Atlético. As opções de carreira do jovem jogador são diversas, mas encontrar a felicidade e o sucesso é um desafio contínuo.

“Félix jogaria sempre na minha equipa, mesmo que isso condicionasse os outros 10”, afirmou um conhecido comentarista. O talento de Félix é inegável, apesar de não ter sido bem-sucedido com diferentes técnicos, equipas e ligas. O valor de mercado abaixo dos 120 milhões e a vida extrafutebol têm gerado críticas, mas o que importa é o jogador em si. “Um dos mais inteligentes a aproveitar entre linhas, aquele que assume o risco sem medo e pensa de forma ofensiva”.

O futebol moderno tem menos espaço para jogadores do estilo de Félix, uma espécie em extinção. “O futebol deixou de ter espaço para o 10. Tornou-o primeiro um seis-e-meio ou oito-e-meio ou até um falso extremo”. Jogadores como Messi, James e Neymar são exceções protegidas na América do Sul, enquanto figuras como Dani Olmo, Odegaard e De Bruyne são parentes distantes de lendas como Maradona e Platini.

“João Félix não conseguiu camuflar debilidades sem bola ou encontrar a cadência certa com esta nos pés”. A inteligência emocional, muitas vezes mencionada nos livros de autoajuda, é uma qualidade que se tem ou não. Félix quer continuar a divertir-se no campo, mas o futebol atual é exigente e muitas vezes não acolhe bem essa abordagem.

Comparações com Ronaldo, que sacrificou quase tudo para ganhar, são injustas. Ronaldinho, um dos mais talentosos, também não foi totalmente reconhecido pelo futebol por querer ser ele próprio, com aquele sorriso nos lábios.

“Não há obra ou crónica que João Félix possa ler e o ajude a ser o que quer ser num futebol mau anfitrião para certos convidados”. A sociedade exige que Félix se adapte, mas ele tem o direito de ser ele mesmo. No Aston Villa, sob a orientação de Unai Emery e Monchi, Félix pode encontrar um ambiente propício para ser feliz.

“Se for, lembra-te, João: a montanha és tu. Ou como diria o treinador certo: vai lá para dentro e diverte-te! Se o conseguires será a tua arte subtil de saber dizer que se f*da!”

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