Médio aponta noite inspirada na Champions diante do Inter para salientar a exigência dos adeptos, quando se pedia mais golos
A entrevista de Carlos Manuel a João Mário permitiu uma troca de impressões acerca das diferenças do futebol que era praticado nos anos 80 e que se vê agora. “Já no meu tempo, havia exigência. Passar a bola do meio-campo defensivo para o ofensivo, e se ela voltasse para o meio-campo defensivo já o Terceiro Anel assobiava. Mas isto era a responsabilidade natural que nos davam. O futebol mudou muito, é completamente diferente do meu tempo. Hoje vais à linha de fundo e não cruzas, a bola tem de rodar, às vezes até chega ao guarda-redes… Se fosse no meu tempo, até tínhamos de fugir do campo. As coisas são diferentes, mas a exigência estava lá”, recordou Carlos Manuel, de 66 anos.
Atento, João Mário ouviu e contrapôs com um exemplo pessoal. “Estás a contar uma coisa que é atual. O futebol mudou, mas isso acontece nos nossos jogos em casa. Se está 3-0 ou 2-0 e fazemos um passe para trás, continuam a assobiar, porque é a responsabilidade, passam essa exigência para a equipa. Posso dar um exemplo claro: lembro-me que o primeiro feedback que tive de alguém das bancadas quando fiz o hat trick com o Inter não foi ‘parabéns’, foi ‘vamos ao quarto’. Tinha feito um hat trick na primeira parte e ninguém me disse ‘parabéns’, mas sim para ir para o quarto golo. Esta é a exigência do Benfica”, destacou, recordando a noite de 29 de novembro de 2023 (o Benfica chegou ao intervalo a vencer os italianos por 3-0 mas o jogo terminou 3-3).