Dizem que os números valem o que valem mas, no caso do leão, valem mesmo muito, ajudando a compreender o poder da equipa de Rúben Amorim; jogar em casa é um dos pontos fortes, mas apetite pelo golo também é imagem de marca
O Sporting venceu o Portimonense, por 3-0, e logo ali ficou a um passo do título de campeão. No futebol, ou pelo menos no que determina os campeões, não há acasos, pelo que A BOLA explica-lhe, por números, como a equipa de Rúben Amorim é realmente poderosa e conseguiu ser superior à concorrência.
Para começar, os algarvios. O que parece somente mais uma vitória lógica da equipa mais forte é, afinal, uma tendência. O treinador do Sporting, em oito encontros com os algarvios, venceu… oito. Todas as partidas disseram respeito ao campeonato o saldo é esmagador: 20 golos marcados, 5 sofridos.
Conteúdos
O Portimonense foi a 16.ª equipa a cair em Alvalade para a Liga em 2023/24. O Chaves não está neste lote, mas também ainda não visitou o covil do leão, partida reservada para a última jornada. De resto, 16 jogos, 16 vitórias, o que, na Europa do futebol, só se encontra na Turquia. O Galatasaray leva 18 vitórias em 18 desafios em casa na liga e nenhuma outra equipa das dez principais ligas europeias consegue 100 por centro de aproveitamento no seu reduto.
Insaciável fome de golo
Contas simples, mas impressionantes: o Sporting faz golos, na Liga, há 40 jogos seguidos. São 32 jornadas em 2023/24 e oito em 2022/23. O último sobrevivente chama-se Gil Vicente, empatou em Barcelos no dia 5 de abril de 2023. Se remetermos em exclusivo para os jogos do leão em casa, então teremos de somar aos 16 da presente época os 15 da época passada. São 31 jogos sempre a faturar. A última vez que os sportinguistas deixaram Alvalade sem ver um golo da sua equipa, na Liga, foi a 27 de agosto de 2022: derrota com o Chaves (0-2).
Visitante indesejado
Rúben Amorim não será, propriamente, o treinador que os colegas querem receber. Entre 17 estádios da Liga, excluindo naturalmente o José Alvalade, o português de 39 anos só não experimentou ainda o sabor do triunfo no Dragão, lar do FC Porto. O Sporting esteve há pouco tempo neste palco e passou por dificuldades severas, mas saiu de pé, depois de estar a perder por 0-2 até ao minuto 86. Gyokeres, com golos aos 87’ e 88’, ofereceu à equipa um ponto precioso na luta pelo título. Foi empate, mas soube a vitória.
Record à vista
Jorge Jesus quase conduziu o Sporting ao título de campeão logo na estreia pelos leões — seria ultrapassado pelo Benfica de Rui Vitória —, mas deixou, ainda assim, legado importante: 86 pontos, recorde de sempre do clube na Liga. O registo, porém, está em perigo, só resistindo se o Sporting não vencer mais nenhum jogo. A equipa de Rúben Amorim leva 84 pontos, vencer no Estoril significaria ultrapassar já a marca de Jesus. E, no limite, pode chegar aos 90 pontos.
12.º jogador
Rúben Amorim aludiu, no final do jogo com o Portimonense, ao facto de o Sporting estar em vias de ser campeão com público no estádio, lembrando que em 2020/2021 ouvira vozes defendendo que o título só teria sido conseguido por não haver adeptos nas bancadas. O Sporting, bem a propósito, estabeleceu no jogo com os algarvios o recorde de assistência da época: 49.557 espectadores. Média na Liga em casa é de quase 40 mil/jogo (39.569) e passaram por Alvalade 633.099 pessoas.