Nicolás Otamendi chegou ao Benfica como uma referência, assumindo a braçadeira de capitão e a titularidade incontestada. Aos quase 37 anos, o argentino permanece como escolha prioritária, mesmo com um rendimento que já deixa dúvidas e erros acumulados. Este estatuto intocável tem impacto direto na evolução de jovens como António Silva, cujo desempenho foi fundamental na temporada anterior, e Tomás Araújo, que agora surge como uma promessa sólida no centro da defesa.
A política de renovação do clube levanta questões, sobretudo ao priorizar um atleta veterano em detrimento de soluções mais jovens e promissoras. A renovação de Otamendi há duas épocas exemplifica uma resistência à mudança que pode comprometer o futuro da equipa. O exemplo da saída de Sebastián Coates no Sporting, que não prejudicou a defesa, sublinha como transições planeadas podem trazer vantagens.
Para o Benfica, o dilema não é apenas desportivo, mas também estratégico. A incapacidade de antecipar mudanças e preparar sucessores reflete uma abordagem reativa, ao invés de planeada. No contexto atual, Tomás Araújo, com o seu crescimento meteórico, representa uma solução interna de alta qualidade que poderia contribuir para uma defesa mais moderna e eficaz.
Otamendi continua a jogar e falhar. Outros jogadores não têm a mesma margem de erro, o que torna este caso um exemplo curioso da política desportiva das águias. Afinal, encontrar uma alternativa no mercado seria assim tão difícil?