Rui Costa optou por manter o treinador e reforçar a equipa, apostando no regresso ao sucesso da primeira época de Roger Schmidt na Luz. Já no Dragão, Villas-Boas inicia o “ano zero”, com uma pressão bem diferente.

Quando Rui Costa concedeu uma entrevista no final da última temporada, o seu principal objetivo era justificar a continuidade de Roger Schmidt. “A culpa do insucesso de 2023/24 foi mais dos erros na construção do plantel do que do treinador”, afirmou, sublinhando que mudar de técnico significaria recomeçar do zero. No entanto, na assembleia-geral, ficou claro que a paciência dos adeptos benfiquistas não se acalmou apenas com as palavras do presidente.

Com o início da nova época, o Benfica mostrou que, de facto, não começou do zero. Mesmo após o primeiro desaire em Famalicão e até aos 70 minutos do jogo contra o Casa Pia, os adeptos reagiram da mesma forma que no ano anterior: com assobios, desconfiança e o foco quase sempre em Schmidt.

É evidente que os resultados futuros irão determinar o desenvolvimento desta relação. Contudo, não ajuda que Schmidt continue a afirmar que todos ficaram contentes após uma vitória. Os adeptos querem ganhar acima de tudo, mas a continuidade tem um custo: fazer esquecer a época passada e os erros cometidos não será fácil com exibições questionáveis.

Schmidt parece continuar a abordar cada jogo ou conferência de imprensa como se não compreendesse a realidade. A pressão sobre a Luz não é de um clube que ultrapassou uma época falhada, mas sim de uma massa adepta disposta a cobrar qualquer falha, mesmo nas vitórias. Rui Costa decidiu não recomeçar do zero, mas a confiança na decisão de manter o treinador ainda está por confirmar.

Por outro lado, no Dragão, a situação é bem distinta. Villas-Boas assumiu o comando e, embora exija um “novo ciclo de vitórias”, a pressão diminuiu. O mercado ditou algumas saídas, e não se questiona a venda de Evanilson, mesmo sem outro avançado à vista, porque o clube precisa de fundos. A defesa mostrou fragilidades contra o Sporting na Supertaça, mas com Pepe a liderar, e possivelmente Gabriel Brás a surgir, há confiança na retaguarda.

O FC Porto realmente começou do zero. Novo presidente, novo treinador, nova dinâmica com os adeptos, que estão mais pacientes do que nunca. Os jogadores, por sua vez, têm aproveitado: somam vitórias e parecem mais soltos, menos pressionados. O desenrolar da época e os resultados dirão até quando isso vai durar, mas, por agora, o “ano zero” dos azuis e brancos está a correr bem.

Ainda é cedo para grandes comparações, mas as bancadas já indicam o que se espera de Benfica e FC Porto. No momento, toda a pressão está sobre Schmidt e Rui Costa, enquanto Vítor Bruno e Villas-Boas beneficiam disso.

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