Pedro Gonçalves recorreu a uma máxima de Ruben Amorim para apelar à união do grupo em momento de dificuldade: «Só nos ganham se deixarmos de ser uma equipa.» No entanto, a mensagem passou despercebida para muitos. Este é o ‘Nunca Mais é Sábado’, espaço de opinião de Nuno Raposo.
Ruben Amorim iria deixar o Sporting, mais cedo ou mais tarde. Na altura em que se falava sobre a sua possível saída para o Manchester United, o técnico afirmou que a sua saída aconteceria no final desta temporada. No entanto, nunca foi bem explicado como isso aconteceria, uma vez que o contrato que o ligava ao clube terminaria apenas em 2026. Apenas nos foi dito que existia um acordo com o presidente Frederico Varandas, mas sem detalhes sobre os termos.
Quando Ruben Amorim deixou o Sporting, o clube sentiu a sua falta de forma imediata. Após a sua saída, o leão perdeu dois dos três jogos seguintes, e o novo treinador, João Pereira, viu-se confrontado com a difícil missão de comandar a equipa, logo no segundo jogo na Liga, contra o Moreirense. Nova derrota!
Além da saída de Amorim, o Sporting também perdeu Pedro Gonçalves, lesionado no mesmo jogo de despedida de Amorim, em Braga, no dia 10 de novembro, numa reviravolta por 4-2. Pote, que só deverá voltar em 2025, tem sido uma baixa significativa, embora não tenha recebido a devida atenção. E isso deveria ser destacado. O papel de Gonçalves na equipa vai muito além de números: ele é essencial no ataque, contribuindo com golos e assistências para Gyökeres, além de ser um desequilibrador tanto no ataque quanto no meio-campo.
Pedro Gonçalves não é apenas um jogador importante dentro de campo. Embora não faça parte da estrutura de capitães liderada por Hjulmand, ao lado de Daniel Bragança e Gonçalo Inácio, Gonçalves tem uma voz ativa e respeitada dentro do grupo. A sua mensagem no dia do jogo contra o Moreirense, apelando à união da equipa, foi clara: «Vamos, amigos. Só nos ganham se deixarmos de ser uma equipa.»
Neste momento, o Sporting vive um clima de críticas constantes, tanto externas como internas. A equipa parece estar a perder o rumo, com a confiança a cair a cada jogo. A pressão começa a afetar os jogadores, que, mais do que nunca, precisam de recuperar a força e o espírito coletivo que os caracterizava. Ter um líder como Amorim ajudava, mas como Hjulmand bem disse, «é um desafio ganhar o campeonato sem ele.» O treinador dinamarquês lançou o desafio de mostrar que o Sporting não depende apenas de um nome, mas sim de um grupo coeso.
A mensagem deixada por Pedro Gonçalves, ainda que à distância, deveria ter sido uma fonte de motivação para a equipa. Infelizmente, um golo sofrido aos 19 minutos no jogo contra o Moreirense expôs as fragilidades que ainda permanecem. As derrotas anteriores, a saída de Amorim e a ausência de Gonçalves têm deixado o Sporting vulnerável. O nervosismo é visível, com decisões do árbitro a gerarem contestação e com a equipa a lutar para voltar a ser a equipa coesa e confiante que foi.
Agora, cabe a João Pereira reunir os jogadores, trabalhar para que o clube recupere a sua identidade e, sobretudo, dar-lhes a confiança necessária para continuar a luta na temporada. O tempo é curto e a paciência dos adeptos já está a esgotar-se. Num clube de grande dimensão como o Sporting, não há espaço para mais falhas. A responsabilidade é de todos, mas especialmente de João Pereira, que tem a missão de devolver o espírito de equipa e o equilíbrio ao leão.