Não foi só o presidente que Luís Filipe Vieira quis atingir, mas também toda a sua estrutura de poder. Ao estilo de Bill Kilgore em Apocalypse Now, Vieira não lança napalm de manhã, mas sim à noite, incendiando tudo à sua volta.
Se tivesse o contacto de Graeme Souness, passava-o a Vieira. O ex-treinador do Benfica revelou recentemente na BBC que, nos seus tempos de jogador, usava laxantes antes dos jogos para “se sentir limpo”. Talvez fosse uma boa ideia para Vieira, limpando o seu espírito combativo com um pouco de alívio.
O ex-presidente do Benfica não pretendeu apenas derrubar o atual presidente. Tal como Cantona não quis realmente magoar o adepto do Crystal Palace, ou Zidane não quis, conscientemente, cabecear Materazzi, Vieira não estava lá para “matar” ninguém. “Não foi só um ataque ao presi, foi ao presi, ao braço-direito, ao braço-esquerdo e até às férias do presi,” comenta um insider.
Durante 13 anos, será que o atual presidente foi apenas uma marioneta nas mãos de Vieira e só agora ele percebeu? “Foi mais do que um ataque de napalm, foi uma rajada,” acrescenta. Talvez agora Vieira se sinta como um dos “monos” de que falava.
Por outro lado, o ex-presidente podia aprender algo com Gyokeres, o avançado do Sporting que parece ter um foco único: bola, baliza, golo. Com a ajuda de jogadores como Pedro Gonçalves e Francisco Trincão, que tem estado em excelente forma, o ataque leonino tem sido demolidor. Trincão, em particular, tem feito parecer muitos adversários “monos”.
Outro jogador em destaque é Kokçu, que sob o comando de Roger Schmidt parecia limitado, mas agora, com Bruno Lage, voltou ao meio do terreno. “Aquele passe para Akturkoglu foi uma obra de arte,” dizem os analistas, realçando a química entre os dois jogadores da seleção turca.
P.S.: E o telefone de Graeme Souness, arranja-se ou não?