Jamais esqueceremos o dia 1 de julho de 2024: Diogo Costa defendeu três penáltis; Ronaldo falhou um, mas na hora H redimiu-se. Pepe é um gigante, apesar do deslize; Cancelo e Palhinha foram enormes.

MELHOR EM CAMPO: DIOGO COSTA (10)

Diogo Costa segurou o 0-0 quando, no único deslize de Pepe, travou Sesko (115’), que surgia isolado na sua cara, com uma defesa brutal com o pé esquerdo. Mas o que veio a seguir, no desempate por penáltis, foi absolutamente incrível (quase inacreditável) e será para sempre recordado como um dos momentos mais notáveis de um guarda-redes da Seleção em Europeus (teremos sempre Ricardo…). Diogo travou todas as grandes penalidades da Eslovénia. Repetimos: Diogo travou todas, num total de três, saindo em braços como o grande herói da qualificação para os quartos de final. Eterno!

JOÃO CANCELO (7) — Destacou-se mais a defender do que a atacar na primeira parte, mas na segunda… foi incrível! Mostrou-se logo após o intervalo com excelente combinação (a primeira) com Bernardo Silva, que porém tinha a mira torta (47’). Foi, depois, genial (57’) a libertar-se de adversário e a deixar para Vitinha, contudo bloqueado por Bijol. O mais intenso e clarividente a atacar até aos 120’.

RÚBEN DIAS (7) — Impõe-se cada vez mais, e de forma absolutamente natural, como o grande líder, o patrão da defesa de Portugal. Deu o corpo às balas já no prolongamento com corte providencial (95’) que ajudou a segurar o 0-0.

PEPE (7) — Nova exibição impressionante para um jogador com… 41 anos, um senhor, pai de todos em campo e que, no entanto, parece, por vezes, mais novo do que todos eles. Teve, porém, um deslize (115’, com direito a agradecimento especial ao salvador Diogo Costa!) que quase deixava uma nódoa nos mais belos dos panos, no meio de muitos, muitos, mesmo muitos, lances ganhos pelo dono das máquinas de gelo de recuperação. Benditas!

NUNO MENDES (7) — Assustou ao minuto 19, quando ficou no chão agarrado ao tornozelo direito, mas não passou disso mesmo: um susto. Respondeu, logo depois, com dois cortes de alta qualidade (22’) a travar duas arrancadas de Sporar. E no limite a tirar o pão da boca a Sporar (39’), no lance mais perigoso da Eslovénia. Intenso a defender, estonteante a atacar, está a crescer neste Euro.

VITINHA (6) — Motor do meio-campo português, principal canal de ligação entre defesa e ataque e, ainda, perigoso a surgir no último terço, como naquele cruzamento perfeito a pedir golo de Cristiano (que, porém, falhou tempo de salto). Não se entende a saída aos 65’.

PALHINHA (7) — A morder os pés aos adversários sem temor, sempre com alta intensidade no corpo a corpo, no combate, somou dois cortes soberbos (26’) a salvar Portugal de trabalhos maiores. Foi gigante no meio-campo, eficaz e simples. Para quê complicar, não é? E que disparo fantástico aos 45+2’, a roçar no poste… Esteve à vista o 1-0. Como esteve, depois, num cabeceamento aos 108’ para enorme defesa de Oblak.

BRUNO FERNANDES (6) — Muitos furos abaixo do enorme comandante que guiou a Seleção numa caminhada perfeita no apuramento, acabou por redimir-se na frieza com que ajudou a resolver a questão nos penáltis. Ainda não conseguiu uma grande exibição neste Europeu, mas deixa algumas indicações do que pode estar para vir.

BERNARDO SILVA (6) — Tirou partido de uma das poucas diagonais para o meio para, com espaço, cruzar com perigo, mas ligeiramente largo demais para CR7 e Bruno Fernandes falharem por pouco (13’). Parece, por vezes, uma sombra do melhor Bernardo Silva e, com a Eslovénia, pareceu desconcentrado – talvez pelo excesso de protestos em saco roto pelo mau estado do relvado.

CRISTIANO RONALDO (6) — Ansioso, com os nervos à flor da pele, louco por um golo e em lágrimas quando, na cara de Oblak, na primeira grande penalidade neste Euro, falhou (105’). Antes, toda essa pressão, essa carga, já se vira no livre da linha lateral em que decidiu, sem nexo, atirar à baliza (39’). Sempre muito pressionado, foi na marcação de livres que se destacou, nem sempre pela positiva: muito bem num aos 34’, com a bola a passar a milímetros da barra. Mais tarde, isolado por Jota, permitiu a defesa de Oblak (89’). Até que, no desempate por penáltis, veio a redenção: com mestria, converteu com sucesso o primeiro.

RAFAEL LEÃO (6) — Um leão em todo o seu esplendor, numa luta intensa com vários adversários, nunca desistindo, caindo e logo se levantando. Isto na primeira parte, em que foi o melhor elemento português, porque, na segunda, foi perdendo fulgor e acabou substituído aos 76’.

DIOGO JOTA (6) — Entrou aos 65’ e entrou com tudo. E quando se habituou ao fraco relvado, soltou aquele enorme passe a isolar CR7, que porém atirou à figura (89’). E ainda desatou a correr por ali fora contra a muralha eslovena, ganhando o penálti que Ronaldo falharia.

FRANCISCO CONCEIÇÃO (5) — Agitador, na direita e na esquerda, mas a espalhar mais brasas… na defesa portuguesa do que propriamente na eslovena, perante algumas falhas e perdas no um para um.

NÉLSON SEMEDO (-) — Pouco acrescentou em três minutos.

RÚBEN NEVES (-) — Entrou aos 117’ para um pontapé disparatado de primeira, muito, muito por cima…