Recusa voltar ao Rosario e declinou oferta do River Plate; Rui Costa pretende continuidade do esquerdino; clube de Messi na MLS e Arábia Saudita são as outras hipóteses
A renovação de Di Maria pelo Benfica volta a ser um tema em discussão. O presidente das águias, Rui Costa, manifestou esse interesse em setembro, pouco depois de tê-lo contratado, mas o assunto não conheceu desenvolvimentos porque na Luz acreditou-se durante muito tempo que o destino do argentino seria o regresso ao Rosario Central, da Argentina.
Mas a recusa do extremo em regressar ao país de nascença volta a baralhar as contas. Continuar mais uma época nos encarnados é uma das hipóteses, mas não a única: o Inter de Miami de Lionel Messi poderá voltar a ser uma opção, tal como alguns clubes da Arábia Saudita.
Sobre uma eventual renovação, há um elemento importante na equação: o grande amigo Otamendi tem mais um ano de contrato, também tem o desejo de continuar (o River Plate pretende-o, mas o central também teme a insegurança no país) e isso pode ter bastante influência na decisão, mesmo que receba menos nas águias — e se porventura estará disposto a fazer mais cedências no capítulo financeiro.
De acordo com a cadeia televisiva Tyc Sports, o esquerdino informou o Rosario Central de que não vai aceitar o convite para regressar aonde ele queria jogar — o clube onde se formou — por causa dos elevados problemas de segurança na região. E, por sua vez, segundo o TNT, Di María declinou o interesse do River Plate, alegando que, a voltar ao país de nascença, só o faria vestindo as cores do Rosario.
O que parece cada vez mais certo é que o futuro de Ángel Di María não vai passar pelo regresso à Argentina. O extremo fechou quase todas as portas a essa possibilidade e agora surgem mais confirmações avançadas pela imprensa local.
Refere aquele canal televisivo que um dirigente do histórico emblema de Buenos Aires entrou em contacto com um familiar próximo do jogador para aferir a recetividade de alinhar no clube que já foi de Aimar e Saviola, mas que a resposta foi negativa pelo motivo mencionado.
Sonho desfeito
Fica assim desfeito, para já, o desejo assumido pelo futebolista dos encarnados de voltar a representar o Rosario Central. Estava tudo encaminhado, mas o processo conheceu um forte revés após as ameaças de morte à família de Di María, em março, levadas a cabo por grupos ligados ao narcotráfico que fomentam a cultura do medo para se imporem territorialmente.
O esquerdino informou familiares e amigos de que a gota de água terá sido a mensagem que visou diretamente a sua filha: «Se voltares, a próxima [bala] que receberes é para a tua filha Pia. Não venhas, caso contrário não atiramos papelinhos, damos tiros para matar.»
O grupo responsável pelas ameaças à família do jogador do Benfica já foi desmantelado. Chama-se Los Monos, está ligado a uma rede de tráfico de droga e a suposta mentora, Tamara León, foi detida poucos dias depois das mensagens intimidatórias que visaram a sua família e provocaram um grande abalo no craque. «Vimo-lo em lágrimas», confidenciou De Paul, médio do Atlético de Madrid, relatando os dias vividos pelo benfiquista no estágio da seleção quando soube do sucedido.
Fator Schmidt conta?
Se depender de Roger Schmidt, Di Maria continua mais uma época. Disso mesmo deu conta o treinador alemão nos primeiros dias de abril, após as ameaças à família do jogador na Argentina. «Seria bom manter um jogador como ele no verão, mas não sei se é possível», afirmou o treinador dos encarnados, em conferência de imprensa, justificando: «Não sei o que ele pretende, mas ele continua numa grande forma, é um jogador fantástico, jogador-chave para nós, tenho todo o respeito por ele. Ele vai tomar a decisão com a sua família e veremos qual será.»
Mas tal como o futuro de Di María está em dúvida, o mesmo acontece com o próprio Schmidt, cuja continuidade será discutida pela administração da SAD mal termine a temporada.