Capitão de Portugal prepara-se para disputar na Alemanha o seu sexto Campeonato da Europa
A poucos dias de iniciar a sua sexta participação na fase final de um Campeonato da Europa, Cristiano Ronaldo abordou numa entrevista à UEFA as suas expectativas, e as de Portugal, para a competição que arranca sexta-feira na Alemanha. O capitão da Seleção Nacional não tem dúvidas que a equipa liderada por Roberto Martínez “irá dar muitas alegrias aos adeptos portugueses”, mas pede cautela.
“Estou orgulhoso por ser o primeiro jogador a disputar seis torneios do Europeu. Estou emocionado com isso, pois mostra a longevidade da minha carreira. No entanto, é apenas um capítulo do que o Cristiano Ronaldo conquistou no futebol. Estou feliz e sinto-me privilegiado por estar aqui para ajudar a Seleção Nacional a atingir os seus objetivos e, claro, tentar seguir em frente e vencer, que é o nosso principal foco,” explicou o internacional português.
E que pode Portugal fazer na Alemanha? “Acredito que esta equipa irá dar muitas alegrias aos adeptos portugueses, a começar por este Europeu. Porém, na minha opinião, a melhor geração de jogadores é sempre aquela que ganha [troféus]. Espero que esta Seleção vença porque é uma equipa incrivelmente talentosa,” garantiu o experiente avançado. No entanto, deixou uma ressalva. “Como todos sabemos, o talento por si só não é suficiente para vencer. Há muitas coisas que envolvem vencer um torneio importante como este. Temos todos os ingredientes para ganhar, mas vamos dar um passo de cada vez, jogo a jogo, acreditando sempre que podemos vencer. O que alcançámos em 2016 foi histórico, tanto no futebol português como no futebol mundial. Agora temos os pés bem assentes no chão, mas a mente voltada para o céu para olhar para cima e ver que é possível vencer o Europeu.”
Ronaldo é o capitão e naturalmente um líder no balneário da equipa das quinas. “Cada jogador profissional tem seu próprio estilo. Acho que a liderança baseia-se em quem somos, como nos sentimos e no que aprendemos durante a nossa caminhada como profissionais. Tento liderar de uma forma que considero produtiva. Quero ser um jogador que ajuda os outros, alguém que eles possam admirar, ver como um modelo e ser um bom profissional,” explicou, acrescentando: “Gosto de dar o exemplo. Não sou de falar muito, mas gosto de mostrar quem sou. E, quando chega a hora, quando as coisas não estão bem, é preciso saber quando se deve discipliná-los e quando se deve apoiá-los. Mas quando as coisas correm bem, há que estar com eles e trabalhar em conjunto. O estilo de liderança é muito pessoal, mas, dentro desta equipa, temos muitos líderes à sua maneira, e essa é uma das razões pelas quais penso que somos uma grande Seleção Nacional.”
Com 39 anos completados em fevereiro, o avançado do Al Nassr aprendeu a dar valor à experiência. “Ano após ano, estamos sempre a tentar melhorar algumas coisas. Há sempre espaço para melhorias. Acho que sou um jogador completo, mas há sempre algo que posso aperfeiçoar. E com a idade há coisas em que não éramos tão bons no passado e começamos a perder algumas capacidades, pelo que é importante tentar adaptar-nos. Essa é a palavra-chave. Se um jogador quer ter longevidade, precisa de ter uma forte adaptabilidade e as características para essa adaptação. Foi isso que tentei fazer. Não é por acaso que jogo há 20 anos ao mais alto nível e manter esse desempenho é muito difícil. Somente com muita dedicação e trabalho duro é possível atingir esses números.”