A edição 2024/2025 da Liga dos Campeões vai ser radicalmente diferente. O pontapé de saída é a 18 e 19 de junho, com os sorteios da primeira e segunda pré-eliminatórias. Esses momentos serão dos poucos similares ao que acontecia até aqui. A BOLA, com uma série de perguntas e respostas, explica como tudo vai mudar e porquê.
– Como vai ser o novo formato da Liga dos Campeões?
– A mudança fundamental é a partir da fase de grupos, que deixa de ter 32 equipas, como acontecia desde a época 1999/2000, e passa a 36 clubes. E na verdade deixa de ser uma fase de grupos – a UEFA chama-lhe fase de liga. Os 36 clubes farão oito jogos cada um, quatro em casa e quatro fora, sempre com adversários diferentes. Haverá uma classificação única, com os oito primeiros a apurarem-se diretamente para os oitavos de final e os que ficarem entre o 9.º e o 24.º a disputarem um play-off a duas mãos para encontrar os outros oito qualificados para os oitavos. A partir daí volta-se ao formato tradicional, com oitavos, quartos e meias-finais a duas mãos antes da final.
– Para quem vão essas quatro vagas adicionais na primeira fase?
– Uma delas vai para o terceiro classificado do país que tiver obtido o 5.º lugar do ranking da UEFA. Até aqui, esse país (tem sido a França nos últimos anos) apurava dois clubes diretamente para a fase de grupos e o 3.º ia normalmente à terceira pré-eliminatória (às vezes entrava diretamente na fase de grupos, mas já lá vamos…). Agora, o 5.º país do ranking passa a ter três vagas diretas na Champions e o quarto classificado do respetivo campeonato é que vai à terceira pré-eliminatória. O resto dos acessos por país fica igual, exceto a fase em que alguns clubes que participam nas pré-eliminatórias entram em competição. Por exemplo, até aqui o campeão do 13.º país do ranking entrava na terceira pré-eliminatória e agora passa a ir diretamente para a quarta, ou play-off. A segunda vaga adicional entre os 36 da fase de liga vai para o caminho dos campeões das pré-eliminatórias – os campeões que não têm acesso direto à fase de grupos (a partir do 10.º lugar do ranking) jogam entre si, num caminho separado dos segundos, terceiros e quartos classificados que vão às rondas preliminares. Até aqui, esse caminho dos campeões apurava quatro clubes para a fase de grupos da Champions; agora, serão cinco as equipas que ganham entrada por essa via. Finalmente, os dois lugares extra entre os 36 irão para os dois países com melhor ranking da UEFA no ano anterior – ou seja, em vez de se usar o coeficiente a cinco anos, valerá, nestes casos, apenas a época anterior. Essas vagas irão para os clubes mais bem posicionados nos respetivos campeonatos que não tenham ganho entrada direta na Champions.
– O formato da Liga Europa e da Liga Conferência também muda?
– Sim. Tal como na Champions, a fase de grupos é substituída por uma fase de liga, com classificação única. E sempre com 36 clubes e com play-off para os clubes classificados entre o 9.º e o 24.º lugar antes dos oitavos de final. A Liga Europa é exatamente igual à Champions, na Liga Conferência é que haverá uma nuance – na fase de liga, cada clube fará apenas seis jogos, e não oito.
– E as vagas adicionais nessas competições, como são atribuídas?
– Essencialmente, passa a haver mais vagas para as pré-eliminatórias e alguns clubes passam a entrar em competição mais tarde, ou até noutras provas. Na Liga Europa, por exemplo, o vencedor da Taça do sétimo país do ranking (atualmente Portugal), ou terceiro classificado do campeonato se esse vencedor da Taça for um dos dois primeiros, terá acesso direto à fase de liga, quando até aqui tinha de disputar o play-off. Mas as diferenças estão sobretudo nas rondas preliminares. Na Liga Europa, no formato antigo, só tinham acesso os vencedores das Taças até ao 15.º país do ranking – os restantes iam para a Liga Conferência; a partir de agora, têm acesso às pré-eliminatórias da Liga Europa (em diferentes rondas) todos os vencedores de Taças dos países classificados entre o 8.º e o 33.º lugares do ranking da UEFA.
– Portugal vai então ter mais clubes nas provas europeias?
– Não, pelo contrário. Como se referiu anteriormente, só o 5.º classificado do ranking da UEFA ganha um lugar adicional, e na Liga dos Campeões – passando no total de seis para sete clubes em todas as competições. O resto mantém-se como até aqui, apenas com alterações nas fases de provas em que se entra. E Portugal, ao cair em 2023 para o sétimo lugar do ranking, atrás dos Países Baixos, passou a ter apenas cinco vagas, e não seis, como acontece com o sexto desse ranking. O sétimo classificado coloca, em teoria, o campeão na fase de liga da Liga dos Campeões; o vice-campeão na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões; o vencedor da Taça (ou 3.º do campeonato, se a Taça for para um dos dois primeiros classificados) na fase de liga da Liga Europa; o 3.º do campeonato (ou 4.º, se a Taça for para um dos três primeiros) na segunda pré-eliminatória da Liga Europa; e o 4.º do campeonato (ou 5.º, se a Taça for para um dos quatro primeiros) na segunda pré-eliminatória da Liga Conferência. Mas o não preenchimento de algumas vagas (como dos vencedores das competições europeias ou, atualmente, pela suspensão dos clubes russos) pode fazer os clubes entrarem em prova mais tarde; o número total de clubes para um país é que só pode ser alterado caso uma equipa vença uma das provas europeias e não estivesse apurada para a Europa através do seu campeonato ou caso seja um dos dois primeiros do ranking do ano anterior (o que confere sempre uma vaga adicional na Champions, mantendo-se as outras entradas como estavam antes).
– Enquanto Portugal estiver no 7.º lugar do ranking da UEFA, o 2.º do campeonato vai então ter sempre de jogar as pré-eliminatórias da Champions?
– Não necessariamente. Em primeiro lugar, Portugal pode, eventualmente, ser um dos melhores dois países no ano anterior e com isso conseguir uma das quatro novas vagas na fase de liga (em 2024/2025 vão para Itália e Alemanha). Mas também há outro cenário, que pode verificar-se já em 2024: o vencedor da Champions e o vencedor da Liga Europa do ano anterior continuam a ter lugar direto na Liga dos Campeões no ano seguinte. Até aqui, quando esses lugares não eram preenchidos (por os vencedores das competições europeias já se terem qualificado pelos respetivos campeonatos nacionais), as vagas eram atribuídas aos países com melhor ranking que estivessem nas pré-eliminatórias – no caso do lugar inicialmente destinado ao vencedor da Champions, ia para o campeão do 11.º classificado, que assim fugia ao play-off e ia diretamente para a fase de grupos; no caso do vencedor da Liga Europa, o lugar não ocupado passava para o terceiro classificado do país com o 5.º melhor ranking (a França, nos últimos anos). Mas agora a UEFA decidiu mudar a forma como preenche esses lugares que fiquem em aberto. Se o vencedor da Champions já estiver apurado para a fase de liga da competição seguinte, através do seu campeonato, a vaga vai para o clube campeão que esteja nas pré-eliminatórias com melhor ranking. E se o vencedor da Liga Europa já estiver na Champions via campeonato, a vaga na fase de liga fica para o clube com melhor ranking de todos os que estão nas pré-eliminatórias, campeões ou não (com a nuance de que não pode ser promovido um vice-campeão se o campeão não lá estiver, o que só se aplica a países entre o 11.º e o 15.º lugares do ranking da UEFA, os únicos que têm dois clubes nas pré-eliminatórias). Portugal, através do Benfica, poderá beneficiar dessa regra já em 2024.
– Se o vice-campeão português entrar direto na Champions, isso abre lugar nas pré-eliminatórias para o 3.º do campeonato?
– Se isso acontecer por a vaga na Champions para o vencedor da Liga Europa não ser preenchida, não. Quando há clubes promovidos a fases acima, para preencher vagas excecionais (de vencedores de provas europeias, por exemplo), os ajustes são feitos nas eliminatórias em que os clubes entram, e não nas provas em que entram. Por exemplo, na Liga dos Campeões, quando um dos clubes que deveria disputar o caminho das ligas consegue o acesso direto – seria o cenário em que o Benfica fica com a vaga não ocupada pelo vencedor da Liga Europa –, a norma é diminuir o número de clubes na segunda pré-eliminatória: em teoria deveria ter seis clubes, os vice-campeões dos países classificados entre o 10.º e o 15.º lugares do ranking da UEFA, mas nesse caso os dois clubes com melhor coeficiente que deveriam jogar essa ronda começam a competição apenas na terceira pré-eliminatória. Como qualquer alteração destas tem um efeito de escada, porque os eliminados na 2.ª pré-eliminatória da Champions passam para a 3.ª pré-eliminatória da Liga Europa e assim haveria menos uma equipa a cair, pode haver necessidade de promoção de competições, mas a acontecer será da Liga Conferência para a Liga Europa. Em 2023/2024, mais por causa da suspensão dos clubes russos do que por estes acertos de vagas, o vencedor da Taça do 16.º país do ranking (a República Checa) entrou em prova na terceira pré-eliminatória da Liga Europa, em vez de na mesma ronda da Liga Conferência. Mas foi o único que mudou de competição. Houve, sim, 26 clubes a iniciarem a participação nas provas europeias uma ronda depois do que estava previsto. Por outro lado, se o vice-campeão luso entrar direto na Champions por Portugal ter sido um dos dois países com melhor ranking no ano anterior, aí o 3.º classificado da Liga Portugal já iria às pré-eliminatórias. Essa benesse de vaga extra permite acesso adicional à Champions e mantém todas as outras vagas como estavam, mas para os clubes classificados um lugar abaixo no campeonato.
– Porquê estas mudanças de formato nesta fase?
– As competições de clubes da UEFA funcionam em ciclos de três anos. Assim que terminou o anterior, em 2021, começaram conversas para alterações do formato, com pressão da Associação Europeia de Clubes (ECA) para haver mais vagas e mais competitividade. A UEFA foi acedendo, debaixo do espetro da Superliga, mas a verdade é que ainda enquanto decorriam as negociações a Superliga foi mesmo anunciada – o que até levou à alteração de alguns planos previstos. Inicialmente, as duas vagas que acabaram por ser dadas pelo ranking de países do último ano estavam faladas para ir para os clubes com melhor ranking que não se tivessem apurado para a Champions, por exemplo.
– Como é que será o sorteio da fase de liga? Quem joga contra quem?
– Tal como até aqui, haverá quatro potes (agora com nove equipas cada um), com os clubes divididos pelo seu ranking. Só que agora cada clube fará dois jogos (um em casa e um fora) com uma equipa de cada pote, quando até aqui evitava sempre equipas do próprio pote. Ou seja, o pote a que se pertence deixa em teoria de ser uma vantagem – todos os clubes farão dois jogos, um em casa e um fora, contra pote 1, 2, 3 e 4. O objetivo é apenas equilibrar o calendário, de forma a que as equipas tenham, em teoria, adversários de força similar, até por haver, no final, uma classificação única. Isso permitirá, também, que haja mais jogos de grande impacto na fase inicial – até aqui, os principais clubes europeus só se defrontavam na fase a eliminar, porque na de grupos estavam no mesmo pote. Por princípio, não podem defrontar-se clubes do mesmo país e cada equipa pode defrontar no máximo dois clubes de uma nacionalidade, mas em casos extremos pode ter de haver exceções.
– Havendo mais dois jogos na primeira fase, como será o calendário?
– A grande diferença é que passa a haver duas datas em janeiro. O resto permanece basicamente igual ao que acontecia até aqui: pré-eliminatórias entre início de julho e fim de agosto; depois, duas jornadas de Champions entre cada pausa para seleções, sempre com uma semana de intervalo entre elas. Em 2024/2025, as seis primeiras jornadas serão de 17 a 19 setembro (1.ª), 1 e 2 de outubro (2.ª), 22 e 23 de outubro (3.ª), 5 e 6 de novembro (4.ª), 26 e 27 de novembro (5.ª) e 10 e 11 de dezembro (6.ª). As duas jornadas extra ficam então em janeiro – 21 e 22 (7.ª) e 29 (8.ª). Depois, quando até aqui os oitavos de final da Liga dos Campeões eram divididos por quatro semanas, a partir de agora as duas primeiras datas equivalentes ficam para o play-off (em 2024/2005 a 11/12 e 18/19 de fevereiro) e só as duas últimas para os oitavos (4/5 e 11/12 de março) – na verdade, como já acontecia na Liga Europa e na Liga Conferência, que tinham esse play-off antes dos oitavos, mas envolvendo os terceiros classificados que caíam da fase de grupos da competição acima. Depois, a partir dos quartos de final, seguem as datas tradicionais, a partir de abril.
– Havendo jogos em janeiro, os clubes podem reforçar-se para as duas últimas jornadas?
– Não. A lista de jogadores entregue até 3 de setembro vale para toda a primeira fase. Um jogador que seja contratado a 1 de janeiro já não poderá atuar na 7.ª e na 8.ª jornadas da Champions. As três alterações permitidas nessa lista só podem ser feitas entre a conclusão da fase de liga e 6 de fevereiro.
– As horas dos jogos continuam as mesmas?
– Sim. Na Liga dos Campeões, haverá dois jogos a começar às 17.45 horas (de Portugal Continental) e os restantes às 20, em cada dia em que haja competição, exceto na última jornada, que deve decorrer toda à mesma hora (20 horas). No play-off entre as equipas que terminem a fase de liga entre o 9.º e o 24.º lugares e nos oitavos de final poderá haver jogos nos dois horários. A partir dos quartos de final todos os jogos devem ser às 20 horas.
– Com uma classificação única, provavelmente haverá vários clubes com os mesmos pontos no final dos oito jogos. Como é feito o desempate?
– Por ordem, são aplicados os seguintes critérios para efeitos de desempate entre equipas com os mesmos pontos: melhor diferença de golos; maior número de golos marcados; maior número de golos marcados fora de casa; maior número de vitórias; maior número de vitórias fora; maior número total de pontos dos adversários defrontados; melhor diferença de golos dos adversários defrontados; maior número de golos marcados dos adversários defrontados; melhor registo disciplinar (amarelo vale um ponto e vermelho três); melhor ranking da UEFA. O confronto direto desaparece como critério de desempate, porque haverá casos de equipas empatadas que não se defrontaram e mesmo as que jogaram fizeram apenas um jogo, o que beneficiaria teoricamente quem tivesse jogado em casa.
– Porque é que na primeira jornada da fase de liga da Liga dos Campeões há três dias e na última apenas um?
– A UEFA decidiu reservar uma semana de calendário em exclusividade para uma competição, para aumentar a visibilidade dela. No caso da Champions, é logo a primeira – nessa semana não há nem Liga Europa nem Liga Conferência. Por isso, os jogos estendem-se entre terça e quinta-feira, quando normalmente são apenas terça e quarta, ficando as quintas para Liga Europa e Liga Conferência. A Liga Europa também terá uma semana exclusiva, precisamente a semana seguinte, no final de setembro, com jogos quarta e quinta-feira, e não apenas quinta. A semana exclusiva da Liga Conferência será em dezembro, já depois da sexta jornada da Champions e da Liga Europa, e encerrará a fase da liga da terceira competição europeia (que não entra por janeiro). Em relação à última jornada de cada competição, está previsto que os jogos sejam todos no mesmo dia e à mesma hora. Com classificação única e a diferença total de golos a funcionar como critério de desempate, a UEFA quis evitar que clubes entrassem para o último jogo a conhecer que resultado precisariam. E se tudo correr dentro das expectativas, será uma última jornada louca, com flutuações constantes na classificação e nas posições de apuramento em função dos resultados dos 18 jogos simultâneos.
– E como será o sorteio na fase a eliminar?
– Mantêm-se os princípios habituais da UEFA – as equipas melhor classificadas farão a segunda mão em casa, tanto no play-off (9.º ao 16.º da fase de liga em casa na segunda mão contra o 17.º ao 24.º) como nos oitavos de final (1.º ao 8.º em casa na segunda mão contra os apurados da ronda anterior). A novidade é que está previsto um sorteio condicionado pela classificação da primeira fase: no play-off, os clubes classificados na fase de liga em 9.º e 10.º lugar vão jogar contra os que ficarem em 23.º e 24.º (a definir pelo tal sorteio); 11.º e 12.º contra 21.º e 22.º; 13.º e 14.º contra 19.º e 20.º; 15.º e 16.º contra 17.º e 18.º. Depois, nos oitavos de final, o 1.º e 2.º classificados da fase de liga defrontarão os dois vencedores dos play-offs com pior classificação na fase de liga; e o 7.º e 8.º jogarão contra os melhores apurados do play-off. O objetivo é premiar as equipas mais bem classificadas na fase de liga, dando-lhes em teoria um caminho mais fácil.
– Quem é eliminado na fase de grupos, ou agora fase de liga, da Liga dos Campeões cai para a Liga Europa?
– Não. Com a criação do play-off entre 9.º e 24.º classificados, deixa de haver essa passagem para a competição inferior – e o mesmo acontece da Liga Europa para a Liga Conferência. Aliás, essa queda para a competição aplicava-se na prática aos clubes que terminavam a fase de grupos entre o 17.º e o 24.º. Para 12 clubes (em 36), classificados entre o 25.º e o 36.º lugares, o fim da fase de liga significa a eliminação definitiva das competições europeias. A passagem para a competição abaixo (com exceção dos eliminados na primeira pré-eliminatória da Champions; esses caem diretamente para a segunda pré-eliminatória da Liga Conferência, não têm possibilidade de ir à Liga Europa) fica limitada apenas às pré-eliminatórias.
– Com estas mudanças todas, o cálculo dos rankings de países e de clubes da UEFA também vai mudar?
– Sim, e de forma radical. Os princípios mantêm-se os mesmos: 2 pontos por vitória, 1 ponto por empate. Nas pré-eliminatórias, 1 ponto por vitória e 0,5 por empate, mas nestes casos esses resultados contam apenas para o ranking do país, e não para o ranking do clube. Os clubes que não atinjam as fases de grupo, ou de liga, recebem pontos pela fase que atingiram na Liga Conferência (para ficarem de fora das provas europeias têm de ter caído para lá): 1 ponto para quem for eliminado na primeira pré-eliminatória, 1,5 para quem cair na segunda pré-eliminatória, 2 para quem ficar pelo caminho na terceira pré-eliminatória e 2,5 para quem for afastado no play-off da Liga Conferência. O que muda de forma substancial são os pontos de bónus. A partir de agora, a classificação final na fase de liga vai corresponder a determinado bónus. Na Liga dos Campeões, 12 pontos (a juntar aos somados com cada vitória e empate) para quem terminar em 1.º, com decréscimo de 0,250 pontos por posição, até ao 24.º classificado, que recebe 6,250. Os clubes que terminarem entre o 25.º e o 36.º lugares recebem todos 6 pontos. Na Liga Europa, o 1.º da fase de liga recebe 6 pontos de bónus, com decréscimo de 0,250 pontos por posição, até ao 24.º classificado, que recebe 0,250. Os clubes que terminarem entre o 25.º e o 36.º lugares não têm direito a bónus, somam apenas os pontos obtidos com vitórias e empates – mas com mínimo de 3 pontos para o ranking, mesmo que não consigam tantos. Na Liga Conferência, o 1.º da fase de liga recebe 4 pontos de bónus, com decréscimo de 0,250 pontos até ao 9.º classificado, que recebe 2. A partir daí, e até ao 24.º classificado, o decréscimo é de 0,125 pontos. O 10.º recebe 1,875, o 24.º 0,125. Tal como na Liga Europa, os clubes que terminarem entre o 25.º e o 36.º lugares não têm direito a bónus, mas ficam igualmente com mínimo de pontos de 2,500, mesmo que não cheguem a esse valor com vitórias e empates (para receberem no mínimo o mesmo de quem foi afastado no play-off). Depois, nos play-offs do 9.º ao 24.º classificados de todas as competições, as vitórias e empates não contam para o ranking de clubes, apenas para o dos países. Finalmente, cada fase atingida a partir dos oitavos de final vale bónus adicional – 1,5 pontos na Champions, 1 na Liga Europa e 0,5 na Liga Conferência.
– Porquê essa diferenciação toda de bónus entre as provas?
– Em resumo, a UEFA tentou corrigir um problema que já se notava antes, com a Liga Europa, mas que se agravara com a criação da Liga Conferência: para clubes e países, era mais compensador, do ponto de vista do ranking, cair para a prova abaixo – o potencial de somar pontos era muito maior. Aliás, as campanhas dos clubes neerlandeses na Liga Conferência são a principal explicação para a ultrapassagem dos Países Baixos a Portugal no ranking da UEFA. Em 2022/2023, o AZ Alkmaar, eliminado nas meias-finais da Liga Conferência, somou mais pontos que o FC Porto, afastado nos oitavos da Champions; no ano anterior, o Feyenoord, finalista vencido dessa Liga Conferência (batido pela Roma de Mourinho), não só somou mais pontos que o Benfica, que chegou aos quartos de final da Champions, como só foi batido em pontuação por seis clubes – cinco da Champions e o vencedor da Liga Europa. Com a alteração no sistema de cálculo, a UEFA pretende valorizar a competitividade das principais competições e deixar de premiar quem se dava bem numa prova claramente mais fraca.